sábado, 13 de março de 2010

DEVANEIO nº 16 - Um olhar sobre Ro Rô (3)

Na verdade, a MPB de Ângela Ro Rô foge ao erudito inatingível de muitos cantores e compositores do gênero.
As letras transformadas em belas canções tratam de temas recorrentes a todos nós.
O grande charme de sua obra é o tratamento angelical – e podem levar em conta o trocadilho – que ela dá às suas emoções. Sem rodeios, nem meias palavras.
Ângela Ro Rô por Ângela Ro Rô – uma tradução dela e de nós mesmos.
A grande novidade dos discos abaixo é a melodia.


A VIDA É MESMO ASSIM – 1984: a canção que abre e dá titulo ao álbum traz belos metais na introdução que dão o tom para uma bela inovação melódica a todo o disco.
Os metais também marcam harmoniosamente as faixas “Sucesso Sexual”, “Librear” e “Nenhum Lugar” que conta ainda com um marcante piano base, que por sinal, acompanha de ponta a ponta todos os discos.
Na faixa “Opus 2” o detalhe é a sutileza de uma guitarra e bateria guia.
As inovações continuam ainda em “Gata, Moleque, Ninfa” em que dois violões dão um toque a mais no arranjo, além de uma deliciosa melodia, talvez latina, em “Isso é para a dor” – violões, castanholas e percussão.
Quanto aos sucessos: A vida é mesmo assim, e Fogueira (regravada inclusive por Maria Bethânia).


EU DESATINO! – 1985: tirando o descompasso do vocal usado em “Eu Desatino”, continuo dando destaque aos arranjos. Faixa a faixa somos surpreendidos pela distinção deles. Principalmente pelas guitarras muito bem postas.
Um álbum, que apesar das letras, se compões de muita alegria e ousadia.
As quatro primeiras músicas, no entanto, são muito marcantes justamente neste tocante. “Blue Janis”, “Isca de Piranha”, “Laura Regina Hilária” e “Nóia”.
Nem um grande sucesso além de Mônica – historia de uma jovem assassinada pelo namorado. História real.

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