quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DEVANEIO nº 10 - O Ano Novo chegou!

Devaneio nº 10, assim como a dezena do ano que chegou a todo vapor.
Lá no Haiti, porem, a todo tremor.

Como previ no texto anterior, a virada do ano foi bem agradável; à beira da piscina, regado à tequila e na companhia de grandes amigos.
O passeio pelo interior paulista e pelo sul de Minas nos primeiros dias do ano foi muito relaxante.
Surpreendente mesmo foram os dias na capital. Três dias em São Paulo e três dias em Taboão da Serra.
Os primeiros foram fazendo passeios há tempos desejados. Os três últimos: um choque de realidade.

ROTEIRO:

* Shopping Bourbon: AVATAR (o filme). Pensei que não iria gostar, mas me enganei comigo mesmo. A mensagem do filme é muito bacana. Não sou do Cineclick, mas recomendo!

* MASP: rodeada de Picasso, Renoir e do impressionismo de Van Gogh, o que me impressionou mesmo foi a arte dos grandes Carlos Dias e Zezão. Arte de rua enlatada para os bacanas que quando cruzam com tais desenhos pelas ruas tacham logo de “vandalismo”.

* R. Augusta / Bexiga: algumas cervejas em boa companhia. Olhar estes locais durante a tarde dizem até que é o mesmo que estar em outro lugar. Ficou o compromisso de voltarmos durante a noite numa outra oportunidade.

* Pq. Água Branca: um verdadeiro Oásis na capital paulista. Um recanto inaugurado em 1929. Lá as aves circulam entre a gente. A poluição da movimentada Av. Fco. Matarazzo se purifica dentre as centenas de árvores que compõem o aconchegante bosque onde a terceira idade se encontra e onde as mães levam seus filhos para desfrutarem de um pouco de tranqüilidade.
A manhã que passei neste lugar com olhar encantado e observador em agradabilíssima companhia quase me fez esquecer que estava na grande metrópole.
Isto seria quase possível, não fosse a cena lamentável que presenciamos de um ignorante Senhor de Classe Média agredindo verbalmente um humilde andarilho. Impossível expressar minha indignação em palavras.

* Museu Paulista: jardim perfeitamente planejado, arquitetura imponente e surpreendente. As escadarias do salão principal é o primeiro chamarisco do meu olhar curioso, não fosse uma pequena placa da USP indicando que os cuidados ali são intencionais.
O Museu que agora recria muito mais a historia da São Paulo antiga que dos tempos do Império; até conta com uma pequena homenagem ao meu caro Marx, mas dos séculos passados não conserva muito mais que elixires e urinóis Reais. Acervo este que intrigou bastante a mim e a querida Ana.

* Lapinha: nada melhor que o multi premiado e indicado “boteco” da Lapa – Reduto dos fãs de chope – para fechar com chave de ouro a primeira parte do passeio que ainda contou com várias horas no transito com a bela trilha sonora da “Nova Brasil FM”, que como a se despedir agradavelmente de mim ecoou o “Compasso” de Ângela Ro Ro minutos antes d’eu chegar a ultima parada: Taboão da Serra.

* Taboão da Serra: “lá o barato é louco (e outro)!”. Nem sei como descrever. Fiquei um pouco angustiada; um misto de revolta e preconceito. A lógica dos malandros versus a lógica “dos homi”. Ou seriam ambas duas faces da mesma moeda?
Talvez devesse ter me dedicado mais à aulas do Merton e sua Teoria sobre o Conflito.
Não faço parte da burguesia. Sou simplesmente integrante da classe média baixa (bem baixa) “reerguida” pelo atual governo.
Sou estudante de Ciências Sociais, mas ver passar a minha frente cenas antes só presenciadas no conforto do meu sofá pela tela da televisão não foi algo natural, nem tão pouco confortável.
É mais compreensível a mendigagem do Centro da cidade que a malandragem do morro.
A única familiaridade com aquele lugar, além de parte da própria família, foi minha Brahma gelada e as canções do Zezé que tocavam constantemente na Gazeta FM.
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Desculpem o devaneio um pouco confuso, parecido com o “Efeito Borboleta” que acabo de assistir e – compreendam minha sinceridade (e/ou ignorância) – após um breve cochilo, não entendi “bulhufas”.

PS: não gostei muito deste texto.
Uma amiga me disse recentemente que sentia um tom um tanto quanto sonhador nos outros devaneios.
Tentei ser mais descritiva e “realista” (será? Talvez!), mas não me convenci.
Realidade mesmo sentiu na pele Zilda Arns. Que Deus a tenha e que alguém continue seu trablho.
Volto em breve recomposta de mim mesma.
Hasta!

Escrito em 14/01/10 – 1:04