sexta-feira, 2 de abril de 2010

DEVANEIO nº 17 - Edição extra-ordinária (2)


Resolvi dar um pausa nos meus comentários acerca dos discos da Ro Rô, pois senti necessidade de relatar alguns episódios das últimas duas semanas.
Para começar, a tão esperada mesa-redonda com o Ministro Paulo Bernardo e as pesquisadoras Ana Lúcia e Celene que fora boicotada pela chuva que “lavou” Maringá na sexta-feira (26 de março).
E não só isto, além das falas preconceituosas do ministro, por exemplo ao mensionar a pérola “esse povo aí” ao se referir à população menos favorecida, ficou claro que a “inteção branca” da academia ao convocar um debate, não consegue desobscurecer os vultos da política profissional. Mas, justiça seja feita, estamos em ano eleitoral e os discursos estão muito bem blindados e impenetráveis.
E, nesta semana também, A JUSTIÇA FOI FEITA. Salve ao Promotor Francisco Cembranelli que colocou no “xadrez” os assassinos de Isabella Nardoni.
Bom seria se todos os casos neste país fossem bem julgados – quando chegam a ser julgados. E inclui-se aqui os crimes políticos.
E nestes últimos não só corrupção, dinheiro na cueca ou mensalão. Pois, descumprir a legislação e negar direitos de classe também é crime político. Haja visto o que o governo do estado de São Paulo tem feito com seus professores há mais de 15 anos pelo menos.
O Serra, Graças a Deus, teve a “sorte” de pegar o pipino assando em ano eleitoral.
Viva à Dilminha; Viva à Marina Silva; Viva às Mulheres em 2010!
Viva ao Dourado!
Ao Dourado??
Sem entrar no mérito do merecimento e da justiça, neste caso, o que foi este cara com 1 milhão e meio?
Diante de tudo o que o programa (BBB 10) veio disposto a representar, foi nada mais, nada menos que o já anunciado e existente machismo e conservadorismo da emissora e de seus seguidores, se é que estes realmente influenciam no resultado final (ou parcial) do programa.
E, ao falar em programa não poderia deixar de fazer minhas observações sobre o “Emoções Sertanejas” veiculado pela Rede Globo na noite deste 1º de abril. Um comemorativo aos 50 anos de carreira do Rei Roberto Carlos, com cantores sertanejos interpretando suas canções.
Minhas observações vão além do aparente paradoxo dos que não vêem nexo entre o “mundo sertanejo” e o “universo romântico” de Roberto.
Devo dizer que tem tudo a ver!
Até não vi grandes problemas nas interpretações.
Problemático mesmo estava o figurino dos cantores. A breguice excendente da maioria deles era desnecessária e só fez reforçar o preconceito dos que pejorativamente os denomina de “breganejos”.
Se Xororó, Solimões, Sérgio Reis, Bruno e Marrone, Giovani e Cézar Minoti tivessem o bom gosto de Luciano Camargo, Daniel, Gian e Leonardo tudo estaria melhor.
Já das mulheres, poupo comentários. Um horror!
No entanto, a bela interpretação de Martinha para a canção Alô até me fez desconsiderar momentaneamente seu vestido de renda com uma faixa vermelha na cintura.
O que eu não posso desconsiderar é o corte que a Globo fez à própria Martinha, ao Milionário e José Rico e à Nalva Aguiar. Estes sim, junto aos contemplados Almir Sater, Sérgio Reis, Dominguinhos, Tinoco e Chitãozinho e Xororó são os representantes legitimos das verdadeiras “Emoções Sertanejas”.
Se meus queridos Zezé e Luciano, Daniel e Chitão e Xororó tivessem cantado apenas uma vez como os demais, certamente os pioneiros teriam seu merecido espaço garantido e respeitado.
Enfim…

Por fim, não poderia também deixar passar desabercebido o Post da semana feito por meu “amigo do peito, irmão camarada”, Dino (Felipe Fontana) em seu blog ARRAZOAR.
Mais do que comentá-lo preferi “respondê-lo” e dizer que nestes quase quatro anos de amizade o texto publicado por ele foi um dos momentos que mais senti meu amigo perto de mim e que senti mais sinceridade e emoção em suas palavras.
Acho que a nostalgia, “depressão” e saudade antecipada noticiadas por ele não é egoísmo, mas o reconhecimento de que tudo valeu a pena e principalmente de que somos especiais.
Sinal de auto-reconhecimento, por que não? Basta ver a profundidade dos versos do Legião que ele anexou no texto.
Como me “iluminou” uma amiga há poucos dias – talvez seja os dilemas da maturidade chegando. E o medo faz parte.
Só que aos seus versos eu respondo, amigo, que a partir do momento que você “não esquece a riqueza que nós temos” não estará mais tendo que “viver consigo apenas”. Se “ninguém consegue perceber” isto, mas você percebe já é o bastante para “conseguir dormir” com a certeza de que pelo menos de sua parte houve “grande investimento”, como diria uma velha amiga.


Vídeo: A MÚSICA É DEDICADA AO DINO! E as imagens para que vejam um pouco do que tentei descrever do Especial do Rei.