sábado, 26 de dezembro de 2009

DEVANEIO nº 9 - O Corpo (familiar)

Há poucas semanas ouvia uma pequena “discussão” conjugal de um casal de amigos sobre as “obrigações” natalinas entre as famílias, ou o então chamado Corpo. A necessidade da (re)união. Da presença. Da festa e dos ritos que esta época do ano nos impõe.
Naquele dia (o da “discussão”) fiquei um pouco calada. Na verdade refletindo sobre minhas preferências. Gosto ou não de estar com O Corpo?
Como eu disse aos presentes da noite: “meu Corpo é bem pequeno, não se interfere muito em minha vida e não tira minha liberdade”. Este que era o argumento principal dos que rejeitava os seus.
Agora, já faz uma semana que voltei para casa de minha mãe para passar as férias e em alguns instantes me pego pensando sobre minha relação com Meu Corpo. Acho, sim, que ele me traz estabilidade e as representações e recordações de minha infância refletem muito em tudo isso.
Ontem foi noite de Natal. (Aliás, espero que todos tenham tido um Bom Natal!).
Fui com "meu Corpinho" (mãe e irmã) passar a Ceia na casa de alguns amigos.
E veja como é nosso instinto, meu caro Zé, se nosso Corpo é pequeno procuramos o de outros...rs..
Até a meia-noite estava tudo um pouco morno (menos minha fiel escudeira, “loira gelada”). Mas, após o estouro da champagne, ao primeiro que puxou o violão e dedilhou um “modão” eu juntei minha cadeira e soltei o gogó, aos velhos moldes da mais autêntica menina do interior. Neste momento me esqueci de Marx, ou do recém estudado, Schumpeter. Esqueci-me até mesmo das minhas mais recentes descobertas da MPB.
Esqueci, enfim, da intelectualidade que tenta aflorar em mim para deixar falar a minha essência; para minha I-DEN-TI-DA-DE transcender.
Uma coisa, porém, não podemos negar: Natal é sempre Natal.
Vai-se ao mercado com o Corpo comprar os ingredientes para a Ceia. E os brasileiros são impressionantes: vão todos juntos e de ultima hora.
Come-se e bebe-se um monte.
No outro dia no almoço a famosa comida japonesa: Yakisobra!
À tarde todos dormem, pois à noite é preciso se reunir novamente.
Agora, todos na sala para a atração gratuita que se repete a exatos 35 anos na Rede Globo.
A noite de 25 de Dezembro há mais de três décadas é coroada pelas canções de Roberto Carlos. “Outra Vez” ele vem com o “Eu te Proponho” convidar-nos para os “Detalhes” da “Estrada de Santos” que nos leva sempre “Além do Horizonte” a comemorar o aniversario de “Jesus Cristo”.
Em 35 anos pouco mudou. O cantor é o mesmo. As canções também. E assim o são o velho Wanderlei no piano e Eduardo Lajes na regência.
O que muda sempre é a roupa do Rei. No entanto, não muito. Apenas o modelo e o tom, pois há poucas variações nas cores restritas entre o branco e o azul.
Porém, Roberto não deixa de surpreender.
Infelizmente, neste ano me causou certo espanto.
Já faz um tempo que ele tem dado espaço para que As Globais “soltem” a voz ao seu lado. Assim como convidado os sertanejos para sua companhia.
Mas, vamos combinar que Dna. Norminha ao som de Calcinha Preta foi demais. Principalmente por contrastar com a multi-talentosa Ana Carolina.
O show terminou há pouco mais de uma hora. Com o gostinho de sempre mais um Natal passou. E este ano nem bebi champagne (a tradicional Ceresér que não falta nas festas do Corpo).
Vamos agora aguardar a virada de mais um ano.
Passarei na companhia de amigos muito especiais. A expectativa está bem grande para a festa, assim como para o que 2010 promete!
A primeira semana do ano vindouro terá como paisagem a minha querida Terra da Garoa. Pretendo me esbaldar de cultura, cerveja e energia.
O Ano Novo trará alem das eleições presidenciais os desafios do meu último ano de faculdade.
Finalmente: Cientista Social.
Antes disso tudo, porém, neste domingo não percam “2 Filhos de Francisco” na TV e na segunda-feira à noite, “O Diabo Veste Prada”. Ótima indicação de um grande amigo.

Everybody want to be us!

PS: Feliz Ano Novo a todos! Muita paz, amor, saúde e tranquilidade de espirito!

Voltarei em Janeiro com novidades da viagem e do que mais me fizer "devaniar"


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

DEVANEIO nº8 - A superinflação dos panetones

Passado o efeito de tanta musicalidade, vou mudar o foco e comentar um pouco os fatos que borbulharam na TV durante a semana que passou.
Brasília é o assunto.
Brasília, sempre Brasília!
Cidade prometida... planejada... oasis do planalto central.
Mas o que dizer do Planalto Nacional?
O que dizer dos últimos ocorridos do Distrito Federal?
Mais uma vez nossos políticos brincando com nosso dinheiro; brincando com o poder; zombando da (e na) nossa cara!
A gravidade da situação é um fato! Mas, por que nos sentimos de mãos atadas como se tudo fosse alheio a nós, quando na verdade toda essa palhaçada nos afeta diretamente?
Onde estão os recursos da saúde? Onde estão os investimentos para educação? Onde aplicam os juros exorbitantes? Pra onde vão nossos impostos?
Vão para os bolsos, meias e cuecas daqueles para os quais demos nosso voto de confiança.
Voto este que no Brasil vale como a senha dos nossos cofres. Sofremos por eles um assalto constante e concedido.
Este escândalo não foi o primeiro e nem será o ultimo se não mudarmos nossa postura avaliativa dos fatos.
Tá certo que nosso sistema político aos moldes Schumpeteriano não é o mais eficaz. E não é mesmo. Aliás, está longe de ser...
Durante mais de 20 anos este país sofreu os pesares de um regime autoritário. E há quase 30 reconquistamos a “democracia”.
O problema é que ainda não a colocamos pra funcionar. Não absorvemos seus valores, quiçá temos um consenso do que ela significa realmente.
Saída?
Para os marxistas: a Revolução.
Para alguns outros críticos: contestar e participar.
E para a maioria de nós acomodados: resta-nos votar.
Votar? Em quem?
À parte todas as criticas à Democracia, uma grande vantagem que temos é certa liberdade. Liberdade de voto, inclusive.
E por que continuamos errando?
Tudo bem, também, que o santo não traz a estrela na testa. Mas por que quando temos ciência dos capetinhas tornamos a reelegê-los?
Haja vista os episódios mensaleiros de 2005 e o resultado das eleições em 2006.
After all”, estão lá no Congresso figuras como Palocci, José Genoino, João Paulo, Maluf e Collor.
Collor, meus amigos!!!
Isso para ficarmos com os nomes mais conhecidos.
2010 está chegando e em outubro seremos convocados a exercer “A” Cidadania.
O exercício de ser cidadão, porém, é muito mais que a ação do voto.
E por falar em 2010, por que não falar de “Lula, o filho do Brasil”?
Todos sabem de minha preferência partidária, e não acho isto problemático. Ser petista não é defeito. Vergonhoso é ser passivo e a-critico.
Por exemplo, esta história do filme do Lula me parece estranha por um aspecto especifico. Nem tanto o fato de seu lançamento em ano eleitoral, por que ainda que nosso “presida” seja carismático, não sei se tem força para transferir sua popularidade para a Dilma.
Aliás, as plásticas às quais ela se submeteu não a tornou mais querida.
Pois bem!
O que me espanta mesmo é como a exibição do filme será usada no Nordeste.
Nordeste, sempre o Nordeste!
Convites mais baratos para os nordestinos?
E por que este surto de “difusão” cultural só agora? Só com este filme? Só neste momento?
Muito estranho.
De qualquer forma que venha a biografia “Do Cara”!
Só pra constar, vai ter Zezé na trilha sonora.
Por falar em Zezé, só pra encerrar o assunto (aproveitando o gancho e o post), a voz tá melhorando, mas as roupas que ele tem usado. Sem comentários.
Outra coisa, me parece que ele anda com crise de consciência...distribuindo casas e até pianos às "promessas" culturais da país. Viram o último Fantástico?
Será que ele está aspirando algo em 2010 também. Ai Jesus!!!
Prestem atenção...