quarta-feira, 17 de agosto de 2011

DEVANEIO n. 29: Tietagem Explicita

Depois de alguns poucos anos contemplando o trabalho da minha querida Ângela Ro Rô, eis que finalmente tive o prazer de conhecê-la.
Publiquei um texto sobre os ultimos shows dela em São Paulo no blog dos meus queridos amigos Malu e Santiago, de Maringá, que pode ser lido aqui.


domingo, 14 de agosto de 2011

DEVANEIO n. 28: A Poesia Paulistana

Caro amigo, nao venha a Sao Paulo sem um caderno de campo, uma camera fotografica ou um olhar antropologico. Apesar de que, nem um dos dois primeros valera sem o ultimo. Mas, pensando bem, mesmo assim venha a Sao Paulo.
Caminhe pela Av. Paulista como acabei de fazer. Perceba a vida que existe para alem dos predios. Veja cada pontinho cultural que existe ali.
Entre sem compromisso na "Casa das Rosas" e descubra o recanto do poeta Haroldo de Campos.
Caminhe um pouco mais e adentre ao Parque Trianon. Caminhe dentre as arvores e abra seus ouvidos para, em meio ao barulho das buzinas la fora e dos helicopeteros que lhe sobrevoam, ouvir o canto dos passaros e o barulho das criancas que brincam no "parquinho".
Duas quadras depois esteja atento para ver que existe ali mais um cantinho verde - Parque Mario Covas.
Nao deixe, porem, de atentar para que ao contrario dos outros dias da semana o que se ve por ali nao sao executivos de terno e gravata, mulheres de scarpin, nem tao pouco um propagandista a cada esquina.
Numa manha de domingo o que vemos sao familias caminhando. Homens e mulheres de moleton e tenis. Um menino andanto de "patinete" e varios senhores caminhando com seus caes.
Vemos tambem a tipica madame paulistana reclamando com o guardinha que "nao se pode mais andar na Paulista depois das 19h", mas ela nao leva em consideracao que a violencia tem uma motivacao social. Que "os bandidnhos" tambem tem direito a cidade e que "a Paulista" tambem lhes pertence.
No caminho de volta, pelo outro lado pare um pouco no vao do MASP e veja ali a "feirinha de antiquarios". Certamente um espaco em que os paulistanos relembram e guardam a "velha Sao Paulo", que na verdade ainda existe ali, mais timida e menos visivel, mas existe.
Esteja aqui. Converse com o jornaleiro e ganhe o domingo ao ler na capa de uma revista a seguinte declaracao de Dilma: "A subordinacao do poder militar ao civil foi uma conquista da sociedade!"
Enfim, venha a Sao Paulo e respire a poluicao do puro ar onde a vida existe e acontece.

Estou aqui escrevendo. Lembrando de cada nostalgia atipica que vi hoje, mas pensando que o tempo todo foi o lugar comum que esteve em minha cabeca e que andei duas horas cantarolando a poesia de Eduardo Gudin:

PAULISTA
Na Paulista os faróis já vão abrir...
E um milhão de estrelas
prontas pra invadir, os jardins
onde a gente aqueceu uma paixão...
Manhãs frias de abril.

Se a avenida exilou seus casarões,
quem reconstruiria nossas ilusões?
Me lembrei de contar prá você, nessa canção,
que o amor conseguiu...

Você sabe quantas noites eu te procurei,
nessas ruas onde andei?
Conta onde passeia hoje esse seu olhar...
Quantas fronteiras ele já cruzou,
no mundo inteiro de uma só cidade?

Se os seus sonhos imigraram sem deixar
nem pedra sobre pedra prá poder lembrar...
Dou razão, é difícil hospedar no coração
sentimentos assim.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

DEVANEIO nº 27: MANIFESTO DE UM PARTIDO ESQUECIDO

Diz a lenda familiar, que sou petista “desde criancinha”. Lá nos idos dos meus 3 anos dizem que eu ficava extasiada pela figura da então candidata Esmarlei. Eu não compreendia nada, mas talvez o fato de ter uma mulher em meio a tantos homens carregando uma estrela de cor vibrante no peito já chamava a atenção daquela pequena criança.
Os anos se passaram e inevitavelmente fui me simpatizando cada vez mais com tudo o que se referia ao PT. De fato, eu só pude compreender mesmo o que era o partido quando já estava na adolescência. A simpatia que a princípio era motivada pelo simbolismo foi ganhando corpo quando vi que pessoas que sempre foram referência em minha formação, agora estavam defendendo “algo” relacionado àquela legenda.
Sem dúvida alguma, o ano de 2002 foi o marco da minha consciência partidária. E ver o entusiasmo de tantos experientes políticos pela vitória do Lula, além de me emocionar despertou o interesse mais efetivo sobre o que realmente significava o Partido dos Trabalhadores e só então, pude começar a trilhar o que se chama de militância.
Há sete anos, então, já eleito o personagem fundamental do partido, eu acordava todos os dias com um propósito motivador: ver uma administração petista no nosso município, afinal eu já compreendia que “ser PT” era mais que carregar uma estrela no peito. “Ser PT” é, acima de tudo, defender um projeto de democracia para o país. Projeto este que anuncia formas peculiares de participação, desenvolvimento e inclusão social.
Durante quatro anos, após ter tido o privilégio de ver tal conquista local, não me arrependi em nem um minuto de toda sola de sapato gasta na campanha das eleições municipais.
Neste meio tempo, muitas agitações aconteceram no governo federal de modo a estremecer de certa forma alguns alicerces “sólidos” do PT. Escândalos oriundos do pragmatismo adotado pelo partido tomaram a cena a partir de 2005. Por outro lado, muito do que “aquele” projeto propunha foi visto se estabelecer: o país cresceu, superou problemas históricos, jovens passam a ver a educação como uma possibilidade real, foi feita uma massiva distribuição de renda, etc.Temos então uma conta de soma zero? De forma alguma.
Sou do tipo que defende que uma administração petista, devido ao legado histórico a que o partido se propôs, não deve dar margem à equidade do jogo corruptor, a valores conservadores e acordos que tenham como fim o privilégio de poucos. Fosse assim, qual o porquê de se formar um “partido dos trabalhadores”?
Em se tratando de esferas locais a responsabilidade se torna ainda maior, já que é nas cidades que as relações individuais se fundam e que a política influencia direta e instantaneamente a vida dos cidadãos.
Neste sentido, devo confessar: sinceramente estou chocada com o que tenho visto acontecer do cenário político da minha querida Jales nos últimos tempos. E passados os sete anos, já estou pensando em cobrar as solas do meu calçado.
Aliás, é isto que estou fazendo ao escrever este texto. Afinal, devo confessar outra coisa, sou “conservadora” no seguinte aspecto: não quero me adequar às novas formas de cobranças que meus “companheiros” passaram a adotar. Continuo compartilhando dos velhos e bons valores petistas de fazer política pela discussão, pela argumentação e acreditando que as conquistas se dão na arena política pública, e não pelas formas de benefícios individuais e/ou parentais.
Posso cobrar. E que não venham fazer nenhum “B.O.” contra minha manifestação. Acho que não farão, afinal não sou um quadro importante a se calar, pois não sou um “arquivo vivo”. E aqui chegamos a mais um ponto de minha contestação: é inadmissível que administradores petistas tenham contra si este tipo de “arquivo”, partindo de uma lógica básica: petistas não surgiram para fazer ações que possam voltar contra si. Se fosse legítimo se falar em moral no âmbito da política, poderia afirmar que é “imoral” o petista que acumula acusações contra sua forma de atuar.
Além de militante, sou estudante da política e do PT. Pois bem, estou aqui lendo um livro intitulado: “O Modo Petista de Ação Parlamentar: uma contribuição para Vereadores e Vereadoras”. O texto foi publicado em comemoração aos 25 anos do PT pela editora da Fundação oficial do partido.
No item denominado “O modo petista de atuação parlamentar” constam os seguintes dizeres: “Nossos parlamentares têm atuado em defesa de políticas públicas que garantam a cidadania para todos, têm fiscalizado com responsabilidade o Poder Executivo e denunciado atos contrários aos interesses do povo, procurado se fazer representantes dos setores oprimidos e dos trabalhadores em geral”. Elenca ainda “pontos que podem orientar o parlamentar petista a manter uma atuação coerente com a trajetória do partido”, dentre outros, são eles:

1.                    ÉTICA NA POLÍTICA – atuar contra a corrupção e em favor do rompimento com práticas ainda enraizadas, como o fisiologismo, o corporativismo e o nepotismo;
2.                    TRANSPARÊNCIA ADMINISTRATIVA E CONTROLE SOCIAL – o controle social da gestão pública é fundamental para a democracia. O vereador deve empenhar-se no exercício da função fiscalizadora e buscar construir mecanismos de acompanhamento do Executivo.

Agora façamos um rápido estudo de caso. Na pacata Jales temos no Poder Executivo um representante petista e no Poder Legislativo três membros do partido. Um deles é peso morto, não se ouve a voz nem para o uso da tribuna; outro usa vendas para as lástimas que vemos se apresentar a cada dia; e, por fim, outro está sofrendo processo interno do partido por “depor contra a administração”. Oras, de acordo com o que foi apresentado acima, quem aí está atuando efetivamente segundo o “manual interno” do Partido dos Trabalhadores?
De acordo com os regimentos internos do PT, o mandado de qualquer representante “é do partido”. Porém, a administração é pú-bli-ca. E cabe, portanto aos vereadores fiscalizarem as formas pelas quais tal administração cumpre sua função. Não está exposto nas diretrizes acima que esta forma de atuação deve valer apenas em situações em que os vereadores fazem “oposição” ao Executivo. Até por que, os vereadores são “trabalhadores do povo” e ao “povo” não se deve fazer oposição, sobretudo, em se tratando de legisladores petistas.
Por fim, somente mais um rápido raciocínio. No ultimo mês temos acompanhado a novela do “cai-não-cai”. Decisões judiciais, recursos interpostos, deposição do cargo, mais recursos, gastos com defesa, viagens, e por fim “o retorno do rei”. E tudo isso por quê? Pelo medo de deixar o tão suado poder
É triste ver também que os petistas, talvez por ter demorado tanto a conquistar os altos postos, perderam a noção do sentido que faz o “poder” para nós. Lá nos primórdios, lá naquelas teses lançadas do Colégio Sion em 10 de fevereiro de 1980 (será que todos sabem o que isso significa?), “poder” era algo que estava no horizonte de todos, sim.
Porém, o “poder” era uma forma de viabilizar a implantação do projeto político e democrático de sociedade que se pensou para o Brasil. Para o petista, estar no “poder” deve significar um estado, um meio, e não um fim. Não se deve fazer das câmaras municipais, das prefeituras, do congresso ou de qualquer esfera institucional o “quintal da própria casa”. Isso nossos adversários já fazem desde sempre. Mais uma vez, se fosse assim, qual o porquê de se formar um “partido dos trabalhadores”?
Lembremo-nos, caros amigos, que foi justamente para romper com esta lógica que tantos companheiros se reuniram no início daquele ano e deu origem ao maior e mais atuante partido de esquerda deste país. Tudo isso não é um mero jogo de palavras, mas um código de conduta política.
Eu não deixarei o partido. E acho que muitos não devem deixar. Devemos lutar de dentro, pois é justamente o nosso lugar de fala que legitima nossa crítica. É o passado, são muitos pontos no presente e é, sobretudo, nosso histórico que nos dão respaldo.
Tenho dito.
Saudações petistas, hoje e sempre!

sexta-feira, 4 de março de 2011

DEVANEIO nº 26: Um olhar sobre Ro Ro (5) - a tacada Final!

Muito bem!
Vamos acabar logo com a “Saga Ro Ro”.
Não por pressa ou desmerecimento, muito pelo contrário. Acho que já adiei demais um compromisso assumido com tanto entusiasmo há mais de um ano!

Ângela Ro Rô adentra ao século XXI com o pé direito. 56Kg mais magra. De pazes (re)feitas com a Vida e com ela mesma. Disposta a se doar mais que nunca ao seu trabalho, fãs e a ela mesma.

ACERTEI NO MILÊNIO – 2000: Depois de 7 anos sem gravar, Ro Ro lança este àlbum, um divisor de àguas em sua carreira, sua história em sua vida. Sem economizar no talento, esbanja alegria e volúpia. A cada faixa um renascer. A cada canção um convite ao ar puro, à consciencia, à centralidade. Destaque para a faixa autobiográfica (reapresentativa) – “Boemia do Sono”, “Sim, Dói” e às regravações de “Don’t Let Me Be Misunderstood” e “All of Me”.




COMPASSO – 2006: Passados mais 6 anos de lucidez, um grande presente! Um novo àlbum repleto e exclusivamente de Inéditas. Como nos velhos tempos, mas com muito mais vigor! Para uma fã declarada fica dificil sugerir apenas “uma”, “duas” ou “três” faixas”. Ainda assim, cometendo uma imensa injustiça às outras 11, fica a dica: “Compasso” e “Paixão”.

Espero que tenham gostado desta singela leitura da obra de Angela Ro Ro. Certamente ela é muito mais que tudo isso e a dimensão exata do que tentei demonstrar só se tem ao deliciar-se com suas canções.

Vale lembrar que 2011 também chego a todo vapor, a nossa musa da “Malandragem”. Desde Dezembro, Ro Ro se apresenta quinzenalmente nas casas de Shows cariocas: Espaço Acústica e Teatro Rival, com o espetáculo de show “Nas Ondas da Ro Ro”, trasformados em programa da Rádio Online UOL.

Abraço!

quarta-feira, 2 de março de 2011

DENAVEIO nº 25 - Maringá: SONHO, REALIDADE, LEMBRANÇA...

Bom, e eu que pensei que o este dia nunca chegaria, ou que estava muito longe de acontecer...
ELE CHEGOU!
Entrar numa Universidade pública parecia um sonho, mas se realizou...
            Viver longe da Familia parecia impossivel, mas aconteceu...
            Me doar a novos amigos, novas experiências e possibilidades parecia algo tão distante, mas se concretizou...
            Por fim, deixar colegas, amigos e amores parecia ser algo longínquo, mas foi necessário, e o dia Chegou!
            Eu só não imaginava que doia tanto!!

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            Nestes ultimos dias já rasguei toda minha criatividade discursiva para colocar em palavras toda felicidade (em conviver quatro anos com pessoas maravilhosas) e toda tristeza (em deixa-las).
            Na falta de maiores (ou melhores) palavras, abaixo segue o texto que li no dia da formatura!

"Como uma já formada Cientista Social, me compete justificar que certamente minha fala será muito parcial, e que se eu não for capaz de contemplar o sentimento de todos, e é bem provável que não o farei de maneira integral, tentarei de alguma forma externar a percepção destes quatro anos de nosso convívio.
Acredito que se não tivemos um contato íntimo uns com os outros durante todo o curso, procuramos aprender e apreender o máximo que pudemos de cada um e nos doar, na medida do possível, nos momentos em que estivemos juntos.
Se o contato entre nós também não foi intenso na sua totalidade a isto muito se deve uma característica peculiar de nossa turma, que penso eu, todos nós concordamos: “somos a expressão máxima de uma heterogeneidade extremamente homogênea!” haja vista que apesar de todas as nossas diferenças: cor, gênero, classe, valores, ideologias, etc., estamos aqui e somos, quem sabe, a turma que mais formou alunos ao longo destes 10 anos de curso de Ciências Sociais na UEM.
Somos unidos por um objetivo muito claro, e talvez, mesmo depois de quatro anos ainda utópico: “o de compreender a realidade para quem sabe transformá-la”. Mesmo que também nos caminhos para isto tornemos a nos divergir.
Somado a isto tudo, a maioria de nós também certamente compartilhou os sentimentos da ausência da família aos quais, sobretudo, esta noite é dedicada. Dedicada a vocês, pais e mães que sofreram com a distância, se preocuparam, rezaram e sentiram saudade como nós. E também a vocês pais e mães que mesmo tendo seus filhos perto, aqui em Maringá mesmo, acompanharam cada esforço, preocupação e desafios deste período.
Nestes quatro anos compartilhamos ainda a dureza; a pouca grana; dividimos a fila do RU e a mesa do bar; choramos e rimos juntos em muitos momentos marcantes. Mas, compartilhamos principalmente a felicidade em fazer amigos, de sermos amigos e de estarmos juntos.
Com certeza não iremos esquecer as primeiras festas na casa do Dexter, as festas da Ziriguidum, na Fidielson, na mais recente Faca no Feijão ou até mesmo na “rep” do Grão. Assim como não esqueceremos o Beer House, a Padoka, o Manhatan e o Democráticos ou até mesmo o Bora – Bora; sem contar nos inúmeros sarais. Quem esquecerá o histórico churrasco na casa do Dino e tantas outras experiências individuais que somente cada um de nós pode dimensionar?
 Para qualquer um de nós seria muito complicado traduzir em poucas palavras o significado deste momento e dos últimos quatro anos em nossas vidas.
Para além da titulação, o nosso curso e o estar na universidade, representou um pouquinho da transformação de cada um enquanto pessoa, nas formas de olhar o mundo e interagir com o outro.
De alguma forma, podemos dizer que “Vencemos”! Obviamente Não vencemos o sistema, mas ultrapassamos barreiras culturais, desafios, medos e preconceitos: tanto aqueles que tínhamos em relação ao mundo, como aqueles que o mundo pode vir, ou poderia vir a ter em relação a nós.”
Antes de concluir quero registrar aqui e parabenizar as várias aprovações dos alunos em programas de Pós-Graduação, não só aqui, como fora também. E dizer aos demais que o nosso tempo e as nossas prioridades nós mesmos é que criamos, e que capacidade e dedicação é algo que não nos falta, fato este que nos dá a certeza de que muitas outras aprovações serão registradas nos próximos anos.
Por isso mesmo é que, em nome de todos, gostaria de agradecer e muito, aos professores. Infelizmente nem todos estão presente, mas com certeza os que aqui estão expressam em grande medida a relação tão saudável que sempre tivemos com todos, e a via de mão-dupla que sempre se estabeleceu em nossa formação. Todos, com seus “NÃOs” e “SIMs”, cada uma a seu modo; da amizade que pudemos estabelecer; dos embates ou mesmo o mero convívio profissional: TUDO VALEU A PENA!
Por fim, obrigada aos pais e todos os familiares.
Obrigada amigos: de república e de turma.
Com certeza farão falta, sentiremos saudades, mas as lembranças estão aí para nos consolar quando preciso".

"Maringá foi meu SONHO mais desejado, minha REALIDADE mais bem vivida e agora será minha melhor LEMBRANÇA



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

DEVANEIO nº 24: A tal da PO-LÍ-TI-CA, a Mídia e tudo um pouco

Então a Primeira Mulher chegou ao Poder máximo da Nação brasileira!
Então o Primeiro Operário a chegar ao Poder máximo da Nação brasileira deixou o cargo!
Então, com isso, este mesmo operário incomodou muita gente ao ser também o Presidente com mais popularidade "na história deste país"!
E por isso mesmo, talvez, o "batuto" de Pernanbuco deixou o Sociólogo no chinelo.
Também pela primeira vez, quem sabe, um "presida" deixou o cargo sem muitas críticas estruturais contra ele. Mas, a mídia Global não deixaria barato.
O Wiliam Waack não engoliria aquela cara de poucos amigos do dia 31/10/2010 na Globo News por muito tempo e em breve arrumaria algo para colocar no canto da boca de volta aquele sorrisinho malicioso e sarcástico.
Então, neste caso eu digo:

"Enquanto os tais Passaportes Diplomáticos não vierem cheios de dinheiro e os pobres deste país continuarem comendo bem, tendo casa, a educação caminhando a passas largos (dentre outros), até os filho do FHC podem ter esse livrinho verde com o emblema da Naçao!"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

DEVANEIO nº 23: Reta Final


Como eu disse abaixo, algumas coisas me apurrinham nestes tempos eleitoreiros.
  • Entendo o que meus professores dizem quando reclamam do fato de que só por que somos (ou seremos) Cientistas Sociais temos que ter opinião formada sobre tudo (concordo também com Raul Seixas nessa hora);
  • Só por que tenho um posicionamento partidário “polêmico” e não me envergonho em divulgá-lo, meu casco fica todo alvejado.
Este ano em especial algumas questões estão claramente postas e eu fico sempre matutando. A cada indagação externa me indago internamente também para ver até que ponto meus posicionamentos são sólidos e/ou coerentes.
Coitados dos que me lêem foram pegos para teste. (rs...)

Algumas reflexões, então:

1) Ainda vivemos sobre o “mito vindouro da MUDANÇA”. E talvez a Direita nunca tenha pronunciado tanto esta perspectiva quanto agora.
E por quê?
Por que a mudança tão pronunciada desde sempre neste país, aquela mesma (ou similar) adiada em 1964 começou a ser feita. Claro que não de forma rápida e revolucionaria como queria a extrema-esquerda, mas começou!
E a mudança quando sai do discurso incomoda principalmente àqueles que não a desejam, como é o caso da corja oligárquica. Por isso falam em mudar. O que na verdade significa dizer que desejam reverter um processo que se iniciou e se mostra bastante promissor (ver Devaneio nº21).
 Devemos ter claro em mente o país que queremos e suas possibilidades reais de se concretizar. Nossa DEMOCRACIA está em franco processo de aprimoramento, tanto em seus aspectos formais como também valorativos.
Por este motivo também que aposto no projeto do “continuar mudando”.

2) É óbvio também que ainda não alcançamos o país que supomos querer, então o que significa “continuar mudando”?
Significa justamente ampliar este processo de ascensão, inclusive (e principalmente) popular, pelo qual o Brasil passa. Minimamente: o estabelecimento da Poliarquia. Porém, quando digo que nossa democracia tem se aprimorado, é por que aqui não precisamos restringir os meios de Participação e Contestação como única e exclusivamente representados pelo voto.
Já possuímos mecanismos muito mais sofisticados para tal. Trata-se de ampliá-los...fazê-los cumprir...e sobre tudo ocupá-los.
Espaços Públicos...Bolsas quaisquer...Desenvolvimento econômico (estável)...Educação...etc...etc...tudo precisa ser ampliado e melhorado, mas confio no ritmo que tem ocorrido.
O Brasil nunca foi tão de TODOS quanto agora. Inclusive dos banqueiros! Antes só era deles e de seus amiguinhos.

3) A este terceiro questionamento eu não tenho resposta nem argumentos concretos e plausíveis por hora formulados, mas esta foi uma questão que não saiu de minha cabeça, sobretudo nessa campanha: “por que o assistencialismo das religiões se traveste de caridade e alguns Programas estatais (no cumprimento do seu dever) são tidos como assistencialismo?”.
No íntimo talvez eu até tenha o caminho para responder, mas prefiro não utilizar argumentos que ainda são de vidro.