terça-feira, 17 de novembro de 2009

DEVANEIO nº 6 - Cachos brancos



Foi numa quinta-feira do mês de Fevereiro de 2007 que vi pela primeira vez aqueles cachos brancos.
Era apenas uma caloura chegando à universidade e empenhada em novas descobertas.
Tudo era novidade...tudo era intrigante...
Aquela figura era emblemática. Tinha impressão de já tê-lo visto em algum lugar. Eis que os cutucões entre os colegas de sala começam a se agitar e os burburinhos ecoarem: “Ei, ele é a ‘cara’ do Ziraldo!!” – e é!
Se apresentou como nosso professor de Sociologia I. E a primeira questão que nos propôs foi:
_ Escrevam o que aconteceu de estranho no dia de vocês, hoje.
Pensei com meus botões: “Você, oras!” – o verdadeiro sociólogo, calças de moleton largas, camiseta comprida (ou seria camisa?) e tênis cor de grifa texto, sabem?
Querem mais estranho que isto? - rs...

A primeira lição?

Achem estranho o que não é estranho (...)
Desconfiem de tudo (...)
Façam sempre perguntas (...)
Num tempo de humanidade desumanizada,
Nunca achem tudo Natural
”. – Bertot Brecht

Este foi meu primeiro contato com o meu caro professor e amigo, Eduardo Fernando Montagnari.
Foi um semestre muito agradável, acompanhado de um pouco de Comte, um pitaco de Weber, certa dose de Marx e algumas coisas de Durkheim.
O Eduardo falava...falava...falava...e em muitos momentos eu não o compreendia. Assim com eu ele também tinha seus devaneios. Mas valeu.
No próximo ano ele ficou incumbido de uma missão quase impossível: fazer-nos compreender mais detidamente Émilie Durkheim. A disciplina agora era Sociologia III. Esta foi mais uma história de amor e ódio; enganos e descobertas; exaltações e consensos (estes em menos medida, diga-se de passagem). Mas, valeu também.

A disciplina?

Ah! Pra quê perdermos tempo nela? O post é referente ao Eduardo.
Sem mais delongas, um exímio profissional.

Mas, o mais interessante ocorreu foi em Fevereiro deste ano. Após vários convites adiados, fui com uma turma de amigos assaltar a adega do Dudu (já posso chama-lo assim). Uma noite muito agradável ao som de muitas conversas e de boa música.

Chegamos ao ponto!

Naquela noite Dudu nos apresentou uma obra prima. Um trabalho raro. Artesanal mesmo. Um demo do Seu CD.
Yes, meus caros. Eduardo Montagnari compõe. Canta e encanta.
E, após dois anos de trabalho duro e muita dedicação. Afinal, com ele mesmo sonoriza, “cantar leva um tempo, puro movimento. Momento de sentir”. Após muitos encontros com grandes e talentosos músicos em sua própria casa (que transformou em estúdio nas noites de segunda-feira) estamos prestes a conhecer o Dajabuticaba.
Em meu Devaneio nº3 anunciei-o. E agora é o momento de divulgá-lo.
O CD reúne canções compostas ao longo de toda a vida do Dudu, e congrega uma musicalidade muito eclética.
Nos dias 27, 28 e 29 deste mês, ele se apresentará no Teatro Oficina da UEM.
Além do lançamento do disco, as apresentações marcam a despedida de Eduardo de Maringá. Após algumas décadas se dedicando à vida acadêmica, chegou a hora de dedicar-se a si mesmo.
Alguns anos e momentos de convivência bem agradáveis.
Espero reencontrá-lo na próxima semana. Estou ansiosa pelos shows. Espero também que venha com seus cachinhos brancos. Não os corte, pois “gosto dos cabelos compridos e ninguém tem nada com isso”.
rsrs...

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